Curso online? Ao vivo? Sob demanda? O que é isso?
Quando eu era menina via os anúncios do Instituto Universal Brasileiro em jornais e revistas. Eles diziam que se podia aprender qualquer coisa em cursos por correspondência. Para mim aquilo era muito enigmático. Eu não entendia como era possível aprender sem a orientação de professores, mas achava fascinante alguém se formar como costureiro, eletricista ou mecânico sem sair de casa. Que ideia visionária!
A expansão da internet abriu o campo do ensino a distância em todas as áreas de conhecimento e níveis de aprendizado. Nos últimos dez anos, a oferta de conteúdos aumentou incrivelmente e as plataformas utilizadas para sua veiculação melhoram a cada dia. Esse conjunto de fatores levou o processo ensino-aprendizado para além da transmissão de conteúdos que habilitam alguém para desempenhar uma função. A tecnologia atual permite que esse processo seja de fato educativo, que ele proporcione o desenvolvimento pleno das potencialidades do indivíduo.
A educação remota atraiu meu interesse há cerca de dois anos, quando percebi claramente que eram necessárias soluções mais arrojadas para o desafio de educar populações cada vez maiores. Desde então tenho lido artigos, assistido a palestras e participado de um curso ou outro. Sou daquelas professoras que veem com entusiasmo a ideia de dar aulas para um público diverso. A experiência coletiva que provocou esta mudança súbita em todos os setores da vida mostra que, na educação, os ambientes virtuais favorecem o encontro com o diverso muito mais do que qualquer espaço físico.
É estimulante saber que o conhecimento pode chegar a pessoas de várias idades, classes sociais, localidades de origem, que se reúnem na mesma sala de aula virtual ao vivo, em tempo real, interagindo entre si e com você. Também é muito estimulante editar vídeo-aulas que atingem um público ainda maior, uma vez que as aulas são disponibilizadas em uma plataforma e acessadas sob demanda como num canal de streaming. As pessoas assistem às aulas no seu tempo e conveniência, com custos mais atraentes.
Quando comecei a estudar os recursos da educação a distância, eu enxergava apenas as possibilidades da vídeo-aula, um mundo que envolvia muitas dificuldades técnicas e altos investimentos. Era um sonho distante. Mas de um momento para o outro lá estava eu ensinando história da arte em aplicativos de teleconferência e produzindo cursos em vídeo para acesso sob demanda. Estava mergulhada no virtual. Quem diria que as coisas iriam acontecer dessa maneira?
O futuro chegou. Agora é inventar caminhos que liguem as pessoas à arte. Aceito o desafio.